Páginas

quarta-feira, 9 de abril de 2025

RAGING PHOENIX

 


Raging Phoenix, dirigido por Rashane Limtrakul e estrelado por Yanin “Jeeja” Vismistananda, é um filme tailandês que mistura ação, drama e artes marciais com uma proposta ousada: unir luta, dança e emoção em um único estilo de combate. A premissa tem um apelo curioso — e, de fato, o longa entrega algumas das sequências mais criativas do gênero. No entanto, seu potencial nem sempre se sustenta ao longo da narrativa.

O enredo gira em torno de Deu, uma jovem solitária e desiludida, que se vê envolvida numa trama de sequestros e tráfico de mulheres. Após escapar por pouco de um ataque, ela é salva por um grupo que domina uma técnica de luta inspirada na embriaguez, mas estilizada com elementos de dança de rua. A partir daí, ela mergulha num treinamento intenso e numa jornada de autoconhecimento e vingança.

A grande estrela do filme é, sem dúvida, a performance física de Jeeja Yanin. Sua agilidade, controle corporal e expressividade nas lutas impressionam e conferem autenticidade às cenas de ação. A coreografia, aliás, é o ponto alto do filme: os golpes coreografados parecem uma mistura de breakdance com Muay Thai, criando uma linguagem corporal fluida e ao mesmo tempo brutal. É como assistir a uma batalha embalada por ritmo e raiva.

No entanto, fora do campo da ação, o filme apresenta fragilidades consideráveis. O roteiro é raso e muitas vezes escorrega em diálogos expositivos ou excessivamente melodramáticos. Os personagens secundários são pouco desenvolvidos, funcionando mais como engrenagens da trama do que como figuras com motivações próprias. A vilania, embora estilizada, carece de peso dramático, tornando o conflito menos envolvente do que poderia ser.

A direção tenta equilibrar o tom estilizado da luta com o drama pessoal da protagonista, mas nem sempre encontra esse equilíbrio. Em certos momentos, o filme parece não saber se quer ser uma fábula emocional sobre superação ou um espetáculo de artes marciais fora do comum. Há passagens poéticas — como o uso simbólico do álcool como escape emocional e como canal de força — que poderiam ser mais exploradas, mas ficam apenas na superfície.

Visualmente, o filme tem estilo. A fotografia investe em contrastes fortes e movimentação fluida da câmera, acompanhando bem as cenas de combate. A trilha sonora, por outro lado, varia entre o funcional e o excessivo, às vezes forçando emoções que o roteiro não constrói com firmeza.

Em resumo, Raging Phoenix é uma experiência curiosa e criativa, que vale a pena sobretudo pelas cenas de luta coreografadas com ousadia e pela presença magnética de Jeeja Yanin. Entretanto, sua narrativa limitada e personagens pouco aprofundados impedem que o filme atinja o impacto emocional que parece buscar. Para fãs do gênero, é um prato cheio em termos de estilo; para quem procura substância, pode deixar a desejar. 

NOTA: 6,5/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário