FALA SÉRIO, MÃE!

Fala Sério, Mãe! é um filme brasileiro do gênero comédia lançado em 2017, dirigido por Pedro Vasconcelos. A história é uma adaptação homônima do livro de Thalita Rebouças. O filme é estrelado por Larissa Manoela e Ingrid Guimarães.

Como se trata de uma comédia dirigida ao público adolescente, especialmente o feminino, eu não me interessei logo de cara pela obra. Eu apenas assisti a esse filme por insistência de minha irmã, que é fã da Larissa Manoela e me convenceu a assisti-lo. Sem nenhuma expectativa em mente para o que eu iria ver, eu acabei gostando do tema e na forma pelo qual ele é abordado no filme, não sendo inocente demais e nem exagerado.

A história tráz uma realidade indiscutível na nossa sociedade, que todos os adolescentes, sejam homens ou mulheres têm de enfrentar durante essa fase na vida. O filme é bem enfático ao trazer realismo nas situações, que os tornam engraçadas e sérias ao mesmo tempo. Quando se trata de incontáveis mudanças, todos os adolescentes, sem exceção, irão se identificar facilmente com o que é mostrado na película.

Ao longo do filme, são descritas as queixas e alegrias de uma mãe coruja super protetora, Ângela Cristina (Ingrid Guimarães), em relação à filha primogênita Maria de Lourdes, a Malu (Larissa Manoela), assim como as teimosias e o sentimento de opressão desta em função dos cuidados, muitas vezes excessivos de sua genitora. Mostra também fatos que acontecem no dia-a-dia entre pais e filhos. Tem separação dos pais, virgindade, estudos, e como tudo isso afeta o crescimento dos filhos.

De modo simples e direto, esse filme é muito recomendável para se assistir em família, em especial se a família em questão contém adolescentes. Como um drama particular e interessante, Fala Sério, Mãe! se destaca exclusivamente na afeição entre mãe e filha, e como todas as mudanças comuns na adolescência, como mentalidade aberta, comportamento, puberdade, entre outros fatores, tudo isso é abordado com tamanha eficácia e nos traz uma importante mensagem no que se refere ao convívio familiar.

A sintonia entre Ingrid e Larissa é muito boa! As duas atrizes conseguem mostrar para o público um realismo perfeito, um retrato idêntico ao que vemos e presenciamos no dia-a-dia. Vale destacar também algumas cenas cômicas que constrangem qualquer adolescente, como por exemplo, os pais procurarem os filhos grandinhos na escola, o que sem dúvida causa um imenso constrangimento nos adolescentes, que de alguma forma querem parecer independentes diante dos outros colegas. Esse fato e outros mais são vistos nesse filme, em algumas sequências engraçadas, e outras bem sérias.

No entanto, o filme não é uma obra-prima, passa muito longe disso. Como se trata de uma comédia adolescente há aquelas situações bem toscas e desnecessárias, além de alguns diálogos sofríveis. Porém, sua narrativa segue um caminho bem legal, abordando o ponto de vista das duas personagens, cada uma com seu modo de agir e pensar. Cada ponto de vista mostra que tipos de dificuldades as duas encontram e que meios adotam para ultrapassar barreiras. Isso em especial, tem me conquistado facilmente no filme.

É claro que a comédia é o que torna a produção bem mais agradável, ignorando quaisquer erros que possa ter. Fala Sério, Mãe! é entre outras coisas um filme sadio e verdadeiro, com uma abordagem eficaz naquilo que pretende repassar. E como mostra o convívio familiar, nada melhor do que estar atento aos detalhes que envolvem a criação dos filhos sem chegar ao ponto de trata-los como robôs. Porém, eu não li o livro de Thalita Rebouças, mas ao ler algumas análises de quem já leu, pude ver que a obra tem sido fiel ao livro. Em suma, é um filme que eu vi sem nenhuma expectativa e acabei saindo satisfeito no final. 

NOTA: 7/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: