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sábado, 17 de novembro de 2018

127 HORAS


127 Horas é uma coprodução dos EUA e Reino Unido lançado no ano de 2010, dirigido por Danny Boyle. Esse filme contará o fato verídico que aconteceu com o alpinista Aron Ralston, que ficou preso por cinco dias em uma pedra em Robbers Roost, Utah, em abril de 2003. O filme é estrelado por James Franco e foi indicado a seis Oscar: Melhor Filme, Melhor Ator (James Franco), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor Edição.

ATENÇÃO! Será preciso mencionar alguns detalhes importantes do filme nesta resenha. Sendo assim, se você ainda não viu o filme e detesta Spoilers, por favor, não siga a leitura. Veja o filme primeiro, coma uma pipoca e depois volte aqui. Caso não se importe com isso, fiquem à vontade!

Sinopse: Em Maio de 2003, o alpinista Aron Ralston (James Franco) fazia mais uma escalada nas montanhas de Utah, Estados Unidos, quando acabou ficando com o seu braço preso em uma fenda. Sua luta pela sobrevivência durante mais de cinco dias (durou 127 horas) foi marcada por memórias e momentos de muita tensão e desespero.


Apesar de ter visto vários trabalhos com o ator James Franco, eu não o acho um ator excepcional e marcante. Suas interpretações variam entre o mediano e o bom. Porém, em 127 Horas sua performance é totalmente diferente dos outros papéis que o vi interpretando. Aqui ele consegue literalmente segurar o filme inteiro nas costas, sem apelação ou tornar a narrativa arrastada e cansativa. No começo, tudo parece legal para ele, afinal, escalar montanhas é seu principal hobby. Mas, quando sua aventura passa a se transformar no pior dos pesadelos, ele tenta ser racional o máximo possível.

Quando fica preso na fenda, o local é completamente inacessível, muito longe do alcance das outras pessoas, tanto é que gritar por socorro não lhe adianta de nada. Mas, ao invés de entrar em pânico, ele tenta se controlar e tentar ver alguma forma de sair dali. O tempo passa, a noite chega e o dia seguinte. Aron tenta praticamente tudo, mas parece impossível tentar mover a pedra do lugar. Com pouca água e comida disponíveis, ele age prudentemente para racionar seus recursos.


O tempo em que ele esteve preso foi o fator determinante para que alucinações venham à tona quase toda hora. Enquanto dormia, ele tinha sonhos de ter conseguido sair daquele lugar, e lembranças de sua família e amigos é algo que o motiva a continuar lutando, mesmo sozinho. James Franco encarnou um homem persistente, mas o motivo de ele ter ido parar naquela situação se deve a um erro dele mesmo, quando pisou na pedra que estava solta e não percebeu. Seu acidente foi uma consequência do seu pequeno descuido.

Temendo não poder sair dali e acabar morrendo, Aron passa a gravar vídeos contando sua situação e também se desculpando pelos seus erros. Nesse momento, eu percebi uma crítica que o filme faz com relação a nossa própria personalidade e decisões erradas que tomamos na vida. Tanto é que quando Aron percebe que está morrendo, pois chega um momento em que ele passa a beber sua própria urina, ele reflete sobre sua vida e conclui que estava destinado a morrer ali, e que foram as suas decisões que o levou para aquela situação desesperadora.


No entanto, o maior arco dramático do filme está em uma premonição que Aron tem sobre seu filho, após isso ele não vê alternativa a não ser cortar o seu braço. E mesmo após conseguir isso, ele precisa sair daquele lugar e ainda andar por vários quilômetros até encontrar alguém que possa ajuda-lo. Nos minutos finais do filme, vemos imagens do verdadeiro Aron com sua esposa, a quem conheceu três anos depois e seu filho. Também conta que ele não deixou de escalar montanhas, mesmo com o braço amputado. Porém, depois de tudo que passou, ele faz questão de comunicar através de uma nota, onde exatamente ele está indo.

127 Horas é um filme muito bom! Consegue repassar a dor e o desespero do protagonista durante as horas de tensão que ele passou preso naquele lugar. Algumas cenas são muito fortes, me fizeram desviar o olhar e sentir a dor que ele sentiu. De fato, é um filme bem realista, com uma boa fotografia, uma brilhante atuação de James Franco e uma direção primorosa de Danny Boyle, e claro que por ser baseado em fatos reais, conferir esse filme é mais que uma obrigação para um cinéfilo que se preze. 

NOTA: 9/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: 

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