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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

12 HOMENS E UMA SENTENÇA (1957)


Uma única palavra para resumir esse clássico dos anos 50: espetacular! Doze Homens e uma Sentença, título original 12 Angry Men lançado em 1957 é um dos filmes mais aclamados do cinema antigo, tanto pelo público ou pela crítica especializada. Mas, o que torna essa produção tão especial? O que tem de tão fascinante nesse filme a ponto de receber incontáveis elogios?

Sinopse: Um jovem porto-riquenho é acusado de ter matado o próprio pai e vai a julgamento. Doze jurados se reúnem para decidir a sentença, com a orientação de que o réu não deve ser considerado culpado ao menos que isso seja indubitável. Onze dos jurados, cada um com sua convicção, votam pela condenação. O jurado número 8, o sr. Davis, é o único que duvida da culpa do jovem e, enquanto tenta convencer os outros a repensarem a sentença, traços de personalidade de cada um dos jurados vão sendo revelados.


Doze Homens e Uma Sentença foi dirigido habilmente por Sidney Lumet (1924-2011) e é produzido e protagonizado pelo talentoso Henry Fonda (1905-1982), que é um nome bastante conhecido no cinema clássico.

Esse filme sensacional é conhecido por se ambientar quase que por completo em uma única sala, onde ali apresenta um argumento que aos poucos vai crescendo e formando uma trama completa, mas isso é feito de uma forma em que não é necessário sair daquele lugar e mostrar os possíveis acontecimentos apresentados pelos personagens, o espectador é quem produz na imaginação as situações e a forma como elas são postas na mesa vem através de excelentes argumentos e teorias. O filme é uma verdadeira aula de diálogos!

A princípio, poderíamos pensar que o roteiro por ser muito simples, iria se tornar cansativo em vista de que ia passar mais de uma hora e meia em um mesmo local. Porém, enquanto assistimos ao filme, percebemos que a premissa nunca é deixada de lado, e a cada minuto que passa, a tensão vai aumentando e a história ficando cada vez mais interessante. Claro que as atuações são a força que mantém essa história sempre de pé. E vou confessar uma coisa a vocês: quando eu assisti esse filme, eu estava com um pouco de sono devido a um dia muito corrido e cansativo, mas acredite, o filme não deixou que eu adormecesse.


Veja só: a história se desenrola de uma maneira tão empolgante que é praticamente impossível sair da tela com o medo de perder algo importante. A pegada do filme é tão poderosa que dá vontade de vibrar em vários momentos. É como uma torcida durante uma competição esportiva, quando o time que gostamos faz algo que o ajuda a subir na competição, nós torcedores vibramos juntos. Com o filme acontece algo similar. São doze jurados, sendo que onze votam a favor da condenação e apenas um vota pela inocência, como foram alertados pelo juiz a não trazer o veredito de condenação se não for por decisão unânime, eles precisam debater com o jurado que votou contra a condenação, e este por sua vez, apresentará argumentos que provam e dão embasamento para sua tese.

À medida que o tempo passa e o debate se intensifica, o placar vai mudando, se estava 11x1 a favor da condenação, passa a ficar 8x4, 6x6, 5x7, 2x10 e finalmente o placar se inverte 1x11. Nesse momento, vemos como ás vezes o ser humano tenta ignorar os fatos apenas por nutrir na mente um sentimento de revolta que nada tinha a ver com o caso em questão. Mas, é como diz ditado: “Contra fatos não há argumentos”, chega uma hora em que a razão fala mais alto que a emoção, e consequentemente o mais rancoroso percebe que não tem como lutar mais em prol do que ele acreditava.

É interessante perceber que o filme é bem enfático ao nos trazer à tona que pode acontecer de julgar alguém de forma errada, e ainda por cima condená-lo a morte por isso. Também toca na questão de julgamento precipitado e apressado, onde pessoas não procuram levar em conta diversos fatores e julgam apenas pelo que sua mente quer enxergar, não importando se isso afetará a vida de alguém. É nítido também o fato de que testemunhos podem ou não condizer com a realidade da situação, caso não seja feito a devida averiguação do testemunho dentro da ocasião que está sendo julgada. Tudo isso é apresentado a partir de um simples e pequeno argumento. Então, como não amar esse filme?


Sinceramente, a aqueles que não gostaram do filme, eu gostaria muito de entender o porquê não gostaram, eu cheguei a ver alguns argumentos como o fato do filme não mostrar o réu e nem nada sobre o que aconteceu durante o julgamento, entretanto, isso não foi necessário, uma vez que durante a reunião dos jurados, é feito várias menções sobre os testemunhos, argumentos da defesa e da acusação, como também a própria defesa do réu. Nesse sentido, cabia ao espectador enxergar com os olhos da imaginação o que havia ocorrido antes daquela reunião. Também vi um argumento, muito inútil por sinal, de uma pessoa que não aprovou o filme que dizia que o filme terminava muito vazio, pois não diziam se o réu era de fato inocente ou culpado. Eu disse que é um argumento inútil, pois o filme responde essa questão sem precisar dar atenção ao fim do julgamento. Enfim, eu gostaria de poder ver argumentos fortes que negativassem esse filme de forma concreta e sólida. Até agora, eu não vi...

Esse filme possui um roteiro extremamente inteligente e que prova de forma indiscutível que não é necessário possuir uma história longa e complexa para gerar uma obra-prima. Também prova que não é preciso ter inúmeros personagens ou até mesmo uma caixa cheia de Flashbacks. Além disso, Doze Homens e uma Sentença é um filme premiado, venceu prêmios no BAFTA, Festival de Berlim, entre outros, isso sem falar as três indicações ao Oscar: Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. E com toda a certeza, esse filme entra para o meu TOP 10 de melhores filmes que já assisti. 

NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

2 comentários:

  1. é incrível mesmo e há outra versão dessa história. eu ainda vi uma ótima adaptação no teatro que fez tanto sucesso que volte e meia reestreia mas já não mais com o incrível elenco que vi. o q mais me impressiona nesse roteiro é a atualidade. o quanto condenamos sem nem pensar se fizemos ou não justiça. beijos, pedrita minhas postagens desse roteiro https://mataharie007.blogspot.com/search?q=12+Homens+e+Uma+Senten%C3%A7a

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  2. Sensacional. Clássico absoluto.

    A segunda versão que a Pedrita cita é de William Friedkin e foi produzida em 1997. Também é um ótimo filme.

    A peça de teatro também tem o mesmo nível de qualidade.

    Abraço

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