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domingo, 1 de julho de 2018

TANGERINAS (2013)


Não importa de que país você é, não importa qual religião professe, não importa se você participe ou não de uma guerra. A grande verdade é que todos somos seres humanos, podemos ter diferenças de personalidades e na forma de pensar ou diferenças no corpo, como a cor ou alguma deficiência, mas isso não significa que somos diferentes. Quando acontece uma guerra, um país ou um povo lutam contra outros povos de outros países. Mas, pra quê?
Qual é o intuito de matar outro ser humano em uma guerra? Que sentido tem a guerra? Que diferença faz se você decide matar um cristão só por que ele não acredita no deus Alá ou que diferença faz se você mata um mulçumano só por que ele não acredita que Jesus Cristo é o salvador? Obviamente para quem pensa de modo sensato, nenhuma diferença faz.


Que significado especial tem para alguém que mata um soldado inimigo na guerra? Tirar a vida de alguém é algo especial? E se fosse alguém de sua família que mora em terras inimigas? Vamos mais a fundo, você estaria disposto a salvar a vida alguém que é do mesmo time daquele que assassinou seu filho? O filme estoniano Tangerinas, título original Mandariinid dirigido por Zaza Urushadze lançado em 2013 me fez refletir nessas e outras perguntas, no qual todas elas giram em torno da intolerância. Esse filme recebeu diversos prêmios em vários festivais de cinema ao redor do mundo, além de ter sido bastante elogiado pela crítica especializada.

O filme retrata uma sangrenta guerra na Geórgia, região de Apkhazeti 1992: Apkhazians locais estão lutando para se libertar da Geórgia. Aldeia estoniana entre as montanhas tornou-se vazia, quase todo mundo voltou para sua terra natal, apenas 2 homens ficaram: Ivo e Margus. Mas Margus partirá assim que colher suas safras de tangerinas. Em um sangrento conflito em sua vila em miniatura, os homens feridos são deixados para trás e Ivo é forçado a recebê-los. Mas eles são de lados opostos da guerra. Os estonianos se encontram no meio da guerra de outra pessoa. Como eles lidam com isso? Como os inimigos agem sob o teto de terceiros?


O desenvolvimento desse filme é sensacional! As atuações são ótimas e a trama se desenrola com muita originalidade. O filme consegue nos prender à tela muito facilmente com o drama dos dois inimigos vivendo embaixo do mesmo teto, sendo cuidados pelo mesmo homem, a quem ambos sentem um enorme apreço por salvar suas vidas. A narrativa de Tangerinas triunfa ao nos mostrar que o ser humano é quem deve ser, e que uma guerra não trará paz nenhuma, e o interessante é que o filme mostra que os dois inimigos não conhecem nenhuma razão clara para desejarem a morte um do outro, apenas por que lutam em lados opostos. Aos poucos, devido à convivência que vão tendo naquela casa, eles vão desenvolvendo uma pequena amizade, cada um compreendendo o seu lado. E isso chega a um ponto que eu não esperava que fosse acontecer.

Para você ter uma noção: o que você acha de proteger aquele cara que havia jurado você de morte? E mais ainda, que tal lutar ao lado dele contra inimigos que queriam mata-lo antes que ele mate você? Realmente, esse filme me surpreendeu! E não é apenas por que chama atenção para a pureza humana no meio de tanta violência, mas também por superar o preconceito entre raças e crenças religiosas. Tangerinas é um drama que será sempre atual, embora ele se ambiente em uma guerra não muito conhecida no Ocidente, a reflexão apresentada vale pra qualquer um, independente de raça, nacionalidade ou crença. Filmaço! 

NOTA: 9,5/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: 

4 comentários:

  1. Bom, na verdade, sempre que uma guerra termina, no final você olha pra trás e se pergunta:

    ´´Afinal, isso serviu pra quê?``

    Mas acho que as pessoas em geral já se conscientizaram mais disso. Pelo menos no Ocidente, né? Tirando os republicanos dos Estados Unidos, a gente não vê mais nenhum grupo ocidental obstinado a fazer guerras.

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  2. Está na minha lista para conferir.

    Abraço

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