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segunda-feira, 18 de junho de 2018

LISBELA E O PRISIONEIRO


Não é nenhuma novidade o fato de que o cinema brasileiro sofre muito preconceito, se as pessoas tivessem a detida paciência, deixaria isso de lado e apreciariam nossos filmes, eu já fui assim. Há alguns anos atrás, eu não gostava de filmes brasileiros, sempre que via um, já vinha na mente aquele sentimento de repúdio. Talvez isso fosse influência de outros, por que praticamente todo mundo com quem eu convivia também não gostava do cinema nacional.

Mas, um dia eu parei para assistir ao filme Cidade de Deus ciente de sua fama no cinema mundial, e minha mente para com o cinema brasileiro ganhou outros olhos. E à medida que ia pesquisando nossos filmes, eu me deparava com algo bacana, claro que há filmes ruins também, assim como em qualquer lugar. Mas, sempre vinha algum que me agradava, inclusive as resenhas sobre filmes brasileiros aqui no blog são de filmes que agradaram muito, confira a lista, na barra acima clique no nome Brasil.


O famosíssimo O Auto da Compadecida é na minha opinião, um dos melhores filmes produzidos no Brasil. E recentemente tive o prazer de acompanhar outro longa-metragem do mesmo diretor, Guel Arraes. Como uma espécie de filho do clássico mencionado, Arraes lançou Lisbela e o Prisioneiro em 2003, eu via muita gente falar desse filme desde que comecei a dedicar meu tempo livre às maravilhas da sétima arte, mas nunca parei para assisti-lo. Porém, eu finalmente consegui ver essa produção brasileira, e o resultado foi bem positivo, além de conter uma história bem contada, o elenco contribui bastante para que o resultado seja satisfatório.

E isso não me impressiona, por que um filme que conta com as participações de Selton Mello, Débora Falabella e Marco Nanini não acabaria sendo um fiasco. Lisbela e o Prisioneiro não é uma obra-prima, tal como O Auto da Compadecida é, mas consegue entreter e divertir de uma forma brilhante, principalmente se conhecemos a cultura nordestina, como sou do Nordeste, não tive problema, apenas apreciei o sotaque e as situações divertidas que o filme retrata.


Lisbela e o Prisioneiro conta a história de um malandro aventureiro e conquistador Leléu (Selton Mello) e da mocinha sonhadora Lisbela (Débora Falabella), que adora ver filmes norte-americanos e sonha com os heróis do cinema. A história se passa no século XX em Pernambuco. Há momentos no filme que nos lembra do Auto da Compadecida, temos aqui o valentão e corno, a mulher que trai, tudo isso ambientado na cultura nordestina. O diferencial são os protagonistas, Lisbela uma jovem que está noiva que ama ir ao cinema e sonha com os atores, seu pai (André Mattos) é tenente da polícia que trabalha junto com o Cabo Citonho (Tadeu Mello) que protagoniza as cenas mais engraçadas do filme! Além dele, existem outros personagens que fazem com que o humor do filme seja digno o bastante para roubar a cena.

O drama dos dois protagonistas caminha em um rumo complicado, pois Leléu é um golpista e vive enganando as pessoas, e Lisbela uma garota delicada e ainda por cima filha de um policial. O romance chega ao auge quando eles resolvem deixar tudo pra atrás e viver esse amor, mas, como é previsível há barreiras no caminho e diante disso, os demais personagens mergulham no humor com situações divertidas ao longo do filme. No entanto, o final de Lisbela e o Prisioneiro é o que não tem me agradado em especial, me pareceu muito forçado. Mas, isso não tira os méritos que o filme alcança, e Guel Arraes mandou bem com essa produção. E agora eu entendo o porquê muitas pessoas falam bem desse filme, pra mim não foi algo extraordinário, mas eu recomendaria sim para as pessoas que gostam de uma comédia romântica. 

NOTA: 7,5/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

2 comentários:

  1. Muito boa critica, faz um balanço do cinema, gostei, acho que nossos filmes são ótimos, mas precisa disso que diz, querer ver como algo bom e descobrir os filmes que são bons! Valeu.

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  2. é clichê falar mal do cinema brasileiro. parece que para ser respeitado como brasileiro tem que se unir a maioria e criticar o nosso cinema. e é uma forma bem perversa de eliminar uma cultura, não indo vê-la. não conhecendo a sua cultura fica mais fácil ser manipulado. lisbela é uma graça, embora não seja o meu preferido desse lindo estilo. mas amo a personagem da falabella falando com o público. eu demorei muito pra ver cidade de deus. tecnicamente é impressionante. é muito interessante o documentário 10 anos depois. auto da compadecida está entre os grandes filmes do cinema. beijos, pedrita

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