CORRA LOLA, CORRA

Lola Rennt é o famoso filme alemão do cineasta Tom Tykwer lançado em 1998. Aqui no Brasil o filme é conhecido como Corra, Lola, Corra, um título que por sinal diz tudo do filme, por que corrida aqui é o que não falta. Lola Rennt é estrelado por Franka Potente, Moritz Bleibtreu, Herbert Knaup e Nina Petri.

Sinopse: Manni de uma quadrilha de contrabandistas, esquece no metrô de Berlim uma sacola com 100 mil marcos alemães e conta com apenas vinte minutos para recuperar o dinheiro ou irá confrontar a ira do seu chefe, um criminoso perigoso. Desesperado e prestes a assaltar um loja, Manni telefona para sua namorada Lola. Esta pede que ele a aguarde enquanto pensa em uma solução. Seu pai é a primeira opção e ela corre até o banco onde ele trabalha. O filme nos apresenta três tentativas de alcançar esse objetivo, e que a cada tentativa há uma diferença de tempo, fazendo com que a situação de todos seja afetada.

Eu achei esse filme fascinante! Temos aqui vários simbolismos reunidos em apenas um curto filme que se mostra muito ágil e rápido em sua narrativa. São três segmentos que contam a mesma história, só que com diferenças uma da outra, quem disse que isso é repetitivo? Uma história complementa a outra, e consegue mostrar para a protagonista que minúsculas decisões afetam tudo, é como um jogo de videogame onde há mais de uma chance para cumprir um propósito, abrindo espaço para diferentes possibilidades a serem utilizadas.

De fato, é um filme bastante frenético e que exige muita atenção. E isso é que o torna uma produção genial, por que ele não se preocupa simplesmente em contar uma longa história, e sim montar situações em que o tempo é o fator determinante de tudo que acontece, como o desfecho da corrida de Lola em busca de seu objetivo e o destino de personagens secundários, com os quais a protagonista cruza no caminho. Um pequeno roteiro que foi bem trabalhado, não deixando vestígios desnecessários pelo caminho. Em outras palavras, é um filme que traz novas ideias e não utiliza clichês inúteis. 

Esse filme pode parecer confuso para espectadores desatentos e impacientes, que não estão ou não conseguem se acostumar com uma estrutura narrativa que difere da maioria das produções famosas. Porém, é bom estar ciente de que não se deve enxergar o filme com olhos literais, pois logo no começo somos conduzidos de acordo com o tempo, que é o ponto chave para entender a história. Como podemos perceber que a cada corrida de Lola, ela cruza o caminho de algumas pessoas, que por sua vez, agem de forma diferente da anterior e ainda, nos é mostrado através de fotografias como é como ficará vida dessa pessoa, e cada vez que Lola cruzava com ela, com uma diferença de tempo, tudo que fora visto anteriormente mudava.

Por isso, recomendo que estejam atentos a essas pessoas e a vida delas, embora o filme se desenvolva muito rápido, e as fotografias são mostradas em questão de segundos, acredito que com a detida atenção, o espectador pode entender a mensagem do filme em relação ao modo como as histórias são contadas e que decisões diferentes podem afetar uma ou mais pessoas ao nosso redor. Outro ponto bacana do filme é a trilha sonora, a música eletrônica que toca a cada vez que Lola sai correndo tem uma sincronização perfeita para a situação, e que deixa o espectador mergulhado na adrenalina. De fato, é um filme eletrizante e divertido, apesar de conter um estilo muito diferente.

Infelizmente, eu sei que Lola Rennt não agradará algumas pessoas, mas isso não é de se admirar, pois a profundidade do filme é tão grande que apenas os cinéfilos mais direcionado ao cinema cult poderá facilmente captar a intenção do filme. Claro que isso não é desmerecendo quem não gostou, afinal cada um tem sua opinião a respeito, e essa é minha opinião. Se a pessoa não é acostumada com filmes assim, que fique bem longe e se é pra falar mal por que não entendeu nada, é melhor nem falar. 

NOTA: 9,4/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: