Páginas

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

1408


Os fãs do terror sabem que os contos de Stephen King na maioria das vezes relata algo sobrenatural, por isso que a maioria de suas adaptações é feita para o gênero, em alguns casos vem algum drama (À Espera de um Milagre, por exemplo), mas sempre com aquele toque sobrenatural. Nesta resenha falaremos do filme 1408 que foi lançado em 2007, baseado em um dos contos de King. Dirigido por Mikael Hafstrom e estrelado por John Cusack, Mary McCormack e Samuel L. Jackson.

Sinopse: Um promissor romancista, Mike Enslin (John Cusack), resolve enveredar por outro caminho e escrever livros que investiguem fenômenos paranormais. Enslin nunca presenciou realmente algum destes fatos, então fica difícil obter credibilidade. Além do mais, Mike é totalmente cético, pois até o momento não encontrou evidências de que exista vida após a morte. No entanto, decide ir até Nova York e se hospedar do Dolphin Hotel, mais exatamente no quarto 1408, que tem a fama de ser habitado por espíritos malignos. O gerente do hotel, Gerald Olin (Samuel L. Jackson), o avisa que 56 mortes já ocorreram naquele quarto, mas Mike está decidido a conferir se sua fama está condizente com a verdade.


Muitas pessoas que não gostaram do filme por justamente não conter quase nada que assuste, e realmente se você espera tomar sustos, está no filme errado. 1408 se foca mais no psicológico do personagem, o que produz a sua mente e no que acredita. Vale lembrar que o filme é aberto a inúmeras interpretações, mas o contexto geral gira em torno disso, o psicológico.

Uma controvérsia sobre crer ou não crer em algo que está além da compreensão humana é o que torna 1408 um filme forte e digno de ser visto. A leitura da obra de Stephen King também é recomendada, o filme foi fiel ao livro ao máximo possível, e conseguiu manter um clima de suspense e mistério durante toda a projeção. É interessante perceber que o gerente do hotel tenta de todas as formas desaconselhar Mike a se hospedar naquele quarto, e quanto mais tentava, mas ciente ficava o escritor de que deveria entrar lá. Vale mencionar também que nem mesmo os empregados do hotel se atrevem a entrar, exceto para faxinas, mas sempre mantendo a porta aberta.

Depois de entrar no quarto, o clima muda e começa a acontecer coisas sinistras. A princípio Mike pensa que o gerente do hotel está lhe pregando uma peça, mas à medida que o bicho começa a se soltar, por assim dizer, ele vai desacreditando dessa perspectiva. Mike levava consigo uma fita para gravar todo o evento sobrenatural, conforme ele ouvia falar. Mas, o quarto parece realmente possui forças sombrias que afetam a mente do protagonista, que depois de se dar conta que jamais deveria ter entrado no quarto, pretende sair, mas já é tarde demais. Ele fica preso no quarto, não consegue abrir a porta, e ao tentar sair pela janela e ir para o quarto ao lado, ele se depara com uma espécie de outra dimensão, onde tudo do lado de fora do quarto não existisse, é como se ele estivesse em um completo e imenso vazio. Essa parte chega a nos causar arrepios!


A possibilidade de muitas interpretações se vem à nossa cabeça quando imagens de sua filha morta começam a se manifestar para ele. O ambiente do quarto passa a mudar e nos faz questionar se realmente o quarto tem forças sobrenaturais, ou tudo aquilo é produto da mente de Mike, que até então desacreditava de qualquer coisa estranha que contassem a ele. O fato de reviver um passado trágico pode resultar em um sentimento insuportável para ele? Era nesse aspecto que motivaram as pessoas cometerem suicídio no quarto? O quarto diabólico manipula suas mentes a ponto de não mais aguentar tanta pressão? São perguntas válidas para um filme de terror psicológico.

1408 têm dois finais, um é muito pessimista e não agradou a maioria do público, e o outro é mais plausível e menos doloroso, tanto para o personagem, quanto para o espectador. O fator importante de tudo isso é: 1408 é um bom filme, que prende atenção, é capaz de nos deixar com muita aflição e principalmente nos causa incômodo. A direção é ótima, os cenários do quarto que modificam muitas vezes também foi bem trabalhado, e John Cusack arrebenta na atuação, seu desempenho nos faz lembrar um pouco do clássico O Iluminado, que também é um conto de Stephen King. 

NOTA: 8,4/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

3 comentários:

  1. eu amo esse gênero, até os mais ou menos. não curti muito esse http://mataharie007.blogspot.com.br/2008/08/1408.html

    ResponderExcluir
  2. É um filme interessante, principalmente por focar no suspense sem apelar para o sangue.

    O diretor Mikael Hafstrom tem dois ótimos filmes produzidos na Suécia em início de carreira.

    Procure ler sobre "Ondskan - Raízes do Mal" e "A Maldição do Lago".

    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Hugo pela dica. Quando tiver um tempinho, irei pesquisar. Abs

      Excluir