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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

ÁGUAS RASAS


Quando se fala em filmes onde abordam tubarões, nós relacionamos a filmes bons e filmes ruins. Por exemplo, o clássico Tubarão de Steven Spielberg, é um exemplo claro de um ótimo filme com tubarões. Mas também nos lembramos dos horríveis Sharknados que é muito comum serem exibidos no canal Syfy. Mas para aliviar e dar um pouco de alegria aos fãs dos filmes de tubarão clássicos, em 2016 o diretor Jaume Collet-Serra nos trouxe o filme Águas Rasas que aborda essa temática, só que de uma forma parecida com os filmes de Steven Spielberg.

Águas Rasas é um filme que prende atenção, nos repassam tensão, agonia, medo e expectativas de sobrevivência. Sim, mesmo com uma história muito simples, e que apenas uma pessoa fica em tela durante seus 86 minutos, Águas Rasas supera as horríveis produções envolvendo tubarões. É claro que não supera o clássico dos anos 70, mas que chega perto, isso sim!


Sua história se centra na personagem Nancy (Blake Lively), após a morte de sua mãe, ela decide largar a faculdade de medicina e sai à procura de uma praia desconhecida no México. Onde sua mãe esteve quando estava grávida dela. Ela o encontra com a ajuda de um homem que vive nas redondezas. Um lugar paradisíaco muito lindo! Nancy resolve surfar e também conhece mais dois jovens que também se aventuram naquele local. A jovem protagonista enfrenta um dilema com seu pai e irmã caçula, mas revela que precisa ficar sozinha e refletir sobre sua falecida mãe. 

No entanto, enquanto surfava, Nancy encontra uma carcaça de uma baleia no meio do mar e antes que perceba o perigo, ela acaba sendo atacada por um tubarão branco, sendo gravemente ferida na perna. Em meio ao desespero, Nancy consegue se refugiar em uma rocha no meio do mar e assim usar seu conhecimento de medicina para tratar seu ferimento. 

Ao mesmo tempo, ela percebe que o tubarão está sempre ali a cercando, esperando o momento exato de Nancy entrar na água. Por isso, ela precisará usar a inteligência para despistar o predador e assim voltar à praia. Mas não seria tão fácil, já que a rocha de onde ela estava ficava a mais de 100 metros da costa e que a maré alta virá logo e cobrir a pequena ilha. Assim inicia uma corrida contra o tempo. Blake Lively segura às pontas sozinha durante o filme inteiro. Claro que a brilhante direção de Collet-Serra ajuda muito nesse quesito. Fica claro então, que Águas Rasas não é apenas aquele filme onde tubarões atacam e atacam pessoas o tempo todo. O filme trará uma protagonista com forte instinto de sobrevivência e que lutará até o fim, além disso, o filme trará alguns toques dramáticos que fará com que o espectador torça pela sobrevivência da jovem.
 
Em alguns momentos, Nancy tenta sair da rocha, mas sempre é surpreendida pelo tubarão. Forçando-a sempre a voltar, machucando ainda mais suas pernas, ainda por cima no local onde ela está vive algumas águas vivas, o que indicaria mais sofrimento, mas também uma vantagem, já que o tubarão também sofre com as queimaduras que esses animais marinhos podem causar. Depois de passar uma noite inteira, sangrando e sem mantimentos, Nancy vê uma oportunidade de escapar quando ela revê os dois jovens que ela havia conhecido quando chegou à praia, mas sem acreditar na história de tubarão, os dois acabam virando o lanche do animal.  

Como se pode imaginar, é muito forte o clima de suspense e tensão misturado a uma linda fotografia, e ainda por cima com uma atriz que se mostrou digna de segurar tensão e agonia durante todo o filme. Por isso, Águas Rasas veio para apagar de alguma forma, as bizarrices dos filmes Sharknado. A trilha sonora no momento do surfe também é muito boa. Mas o aspecto principal do filme está na protagonista, e ao contrário da maioria dos personagens de filmes de terror e suspense, Nancy não é nem um pouco burra, ela é bastante inteligente e calcula os segundos que o tubarão leva ao nadar de um lado para o outro, assim ela consegue calcular uma vantagem nadando até uma boia que se encontra ali perto. Porém, perto do final, o filme exagera nos efeitos especiais do tubarão. Mas que felizmente só acontece em poucos segundos.

A princípio pode passar despercebido um detalhe: como o tubarão não matou aqueles jovens antes? Já que eles eram acostumados a surfar naquele lugar? A resposta simples e direta para essa questão está na carcaça da baleia que foi trazida pelas ondas até aquele local. Então é óbvio chegar à conclusão de que a aparição do tubarão se deu por conta disso, a carcaça era o almoço dele. É importante mencionar que Nancy não fica o tempo todo sozinha. Uma gaivota com a asa machucada lhe faz companhia nos momentos de dor e desespero. E no final mesmo terminando de maneira um pouco vaga, Nancy se mostra uma verdadeira guerreira e todos esses acontecimentos serviriam para ela estar em paz com sua consciência, com seu pai e sua irmã. 

Águas Rasas é um ótimo filme e recomendado! Dos filmes que foram lançados em 2016, ele está entre os mais tensos. É muito satisfatório poder ver que no meio de tanto filme de tubarão mal feito e com história ridícula, Jaume Collet-Serra veio para dar um pontapé nessas produções e salvar por assim dizer os filmes com esse tipo de tema. E não posso terminar sem deixar de elogiar a atuação de Blake Lively, que se superou e arrancou elogios do público com seu desempenho!  

NOTA: 8/10

Veja o trailer do filme no vídeo abaixo:

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